Eu, eu mesmo e meus defeitos, ou não



Então tá bom
Gosto de ficar sozinho, ouvindo jazz pra ficar deprimido e quase sempre escrevo textos melancólicos.
Sou pessimista, gosto de aproveitar a vida no modo single player
Mas não vou procurar orientação psicológica
E para quê? Para ser “igual a todo mundo” e tentar viver o conceito pós-modernista de “felicidade”?
Para ser mais um estereótipo do padrão bon vivant que a maioria corre atrás?
Eu não pertenço a uma tribo
Não sinto orgulho algum em ser brasileiro
Não curto funk ou sertanejo
Não decido gostar ou fazer algo esperando a aprovação de outros,
ambicionando ser aceito no clubinho descolado
Considero-me phd em caretice
Repudio o modismo patético
(Se tivesse dinheiro, não compraria o Camaro amarelo)
Não tenho pretensão alguma de ficar doce...
Quando assisto tv quase sempre me envergonho de ser um humano
A raça mais incoerente, egoísta, hipócrita e metida do universo.
Na sua maioria, sem valores próprios.
Que pensa pelos outros porque tem preguiça de pensar por si mesmo
Gosto de pessoas e preciso delas de uma forma prática
Mas não careço de ninguém para resolver as minhas crises existenciais
Nunca cobro e nem faço exigências alguma
Também não tento mudar ninguém
Aceito numa boa as coisas que a vida me priva de ter
E Quando escrevo eu não reclamo da minha condição
Apenas materializo a minha insatisfação,
ao invés de estampar um sorriso falso na cara que se opõe a realidade de um coração cheio de mágoas
Ajudo até minhas últimas forças
Mas não me obrigue a me explicar sempre
Não se ofenda se eu não lembrar a data do seu aniversário
E que eu tenha um pensamento “racional” e igual ao seu sobre tudo...

No final, a única certeza que tenho é que, não gerar expectativa me ajuda a não se decepcionar.
Que a solidão pode ser o fundo do poço pra uns e uma escola pra outros
E ao invés de correr atrás de terceiros, corra atrás de si mesmo.
Somos o bem mais precioso que temos

Izaú Melo