A quem possa interessar, sou o que posso chamar de peculiar.
Nem melhor e nem pior que ninguém, apenas diferente.
Ouvindo violino na era das guitarras, criando meu próprio universo no mundo globalizado.
Vivendo uma eterna metamorfose, me impondo regras e limites.
Tentando aceitar a vida como ela é e seu curso natural, presentes, tragédias...
Não direi que sou portador da felicidade, todavia com a reforma agrária do meu Eu, deixei pra trás a morbidez do mal do século ou grande parte dela.
Tudo necessita de um ponto de equilíbrio embora o meu seja utópico, tento idealizá-lo.
Estou aprendendo a me aceitar assim como sou e a não bitolar-me nos moldes do sistema, para satisfazer as vontades de outrem.
Crio a minha própria cultura e evito a deturpação e a gravidez mental da mídia, da moda, do mundo...
Um ser humano cheio de falhas, porém insatisfeito com elas.
Um eterno aprendiz da calada da meia noite.
Estou aprendendo a diferenciar desejos de necessidades.
Entendendo a vontade como mero capricho do Eu lírico.
Aceitando que promessas verbais não são contratos.
Que ósculos são efêmeros, e amplexos olvidados
Aprendendo a jogar com as cartas que tenho e aceitando as derrotas para os melhores.
Melhores esses que recebem esse epíteto, por mérito, oportunismo ou por quem achou por bem me substituir de suas vidas.
Estou me facilitando, tornando simples as idas e vindas dos que cruzam o meu caminho
Tentando aceitar a idéia de que nada deve ser insubstituível.
Passei três meses no UTI da minha mente, tentando tomar um rumo, uma postura menos egoísta, menos possessiva, me abrindo aos desejos e opiniões alheias.
A partir de agora, se tiver que chorar, chorarei pelo que me foi roubado, a auto-estima, o amor próprio... as certezas, os pactos.
Não mereço lagrimas de ninguém e ninguém há de merecer as minhas.
Cansei de implorar atenção de terceiros e me negar a dar a quem realmente quer.
Não baterei mais em portas fechadas, desisti de correr atrás do vento, de tentar questionar o silêncio. De tentar entender os porquês da vida e das pessoas.
Dificilmente vou pedir e se pedir não irei insistir.
Não por egoísmo, porém porque se não dá pra ter A, cheguei aos 23 sem o A, isso prova que ele não é indispensável e além do mais tenho o alfabeto alternativamente.
Ontem eu chorei, chorei minha infância, chorei minha adolescência. Chorei parte de minha juventude.
E foi o medo, a vergonha e a dor dessas lágrimas que permitiram que eu me reerguesse, valorizasse um sorriso e jogasse fora as muletas psicológicas que me dei a mim mesmo.
Não esperarei que me devolvam algo, que reconheçam meus esforços, que descubram meu gênio, que entendam meu amor e minhas atitudes.
Já não proponho chegadas e saídas do meu caís.
Já não determino que atraca ou iça as velas do meu porto.
Estou tomando uma postura mais passiva.
Seguindo os acordes, plantando de acordo com as estações.
O novo eu é reflexo de suas atitudes
Deixarei de ser capitalista para ser plantae, agora o fruto corresponderá a semente.
Essa atitude extremista não nasceu da noite pro dia.
As gotas completaram o oceano.
Estou fazendo substituições, talvez tardias, aos 45 do segundo tempo.
No entanto, se eu empatar, levarei para prorrogação, e ai é uma nova história.
Sai a vontade e entra o domínio-próprio. A calorosa paixão dá lugar a frieza mítica da razão.
Não farei propostas, pedidos ou críticas. Não manifestarei o que quero, e nem questionarei os motivos e as vontades de ninguém.
Se for a primeira pessoa do plural, será o que você decidir.
Não tornarei público minha opinião, porque esse é o primeiro sintoma do querer; e querer é sujeitar-se a vontade. É ser um eterno menino diabético querendo um doce.
É humilhar-se as futilidades de desejos inúteis que não iram intervir no resumo dos meus dias.
A areia da minha ampulheta está a meio caminho, e ter ou não ter não mudará isso...
Reconheço todo o empirismo impregnado nessa minha postura humanista-naturalista, egocêntrica até.
Talvez pensando assim não alcance a felicidade plena, no entanto, certo estou que mitigarei meu sofrimento.
Do contrário melhor morrer que viver assim, com a morte dentro de mim.
Estou vivendo o seleto dos pensadores. Minha filosofia é colcha de retalhos, misto de pensamentos alheios, de erros e acertos dos que já foram, de Schopenhauer a Epicuro.
Sou arisco, não quero aparecer, se busca resposta procure-as nas entrelinhas, mormente nas reticências.
Sou isso, fugi do aquilo, se atrair a atenção ou curiosidade de alguém, posso e falarei mais de mim.
Por enquanto, é isso...
Izaú Melo
10/07
Filosofia alternativa
11:07:00
Textos e Textículos