"Como nascem os poemas? Mais ou menos da mesma forma que arqueólogos encontram os fósseis, em pequenos pedaços, que sozinhos não fazem sentidos, mas que juntos constroem uma história...
As palavras são ferramentas e as inspirações são os lugares a serem explorados.
Por falar nisso, possuo mil fragmentos de poemas inacabados
Pedaços, retalhos, gotas, beijos, lagrimas, olhares
Estilhaços e fragmentos de idéias que não tiveram argumentos suficientes para nascer.
Frutas verdes, prematuramente colhidas, com seus aromas impregnados em minhas mãos, quando as esmaguei e as mantive em cativeiro, no fundo escuro das gavetas mórbidas
Posteriormente senti-me péssimo por ser uma pessoa sórdida
Com o meu olhar de varandas sem horizontes e sol em greve atrasando a chegada do verão, te encontrei quando nada procurava
Quando os meus olhos nos teus olhos encontrou o mapa
Lindas estórias de antigos romanceiros fizeram sentido e decidi abrir as gavetas e montar o quebra-cabeças
Procurava nas minhas palavras algo que fizesse sentindo
Encontrei-me com o teu olhar na fila do caixa, entre moedas e sacolas cheias de coisas que não me interessavam
A tua boca fingia uma inocência pacata de romances rurais,
Tuas pernas cruzadas em poses fotográficas e o teu olhar renascentista...
Eu li o teu olhar
Decifrei as tuas sensações...
calculei as batidas do teu coração...
traduzi a poesia impregnada no teu sorriso
Te olhei e me prendi no visgo da tua pureza inóspita
Entre desertos tórridos e eras glaciais
Teu sorriso é feito de doçura que me cura o tédio
antes de me aventurar li na entrada de uma cidade fantasma que:
A paixão é a rebeldia que não respeita as leis, os códigos de ética, que não se importa com as conseqüências
Minha paixão fugiu de casa pra morar clandestinamente na periferia do teu coração.
A imensidão de prazeres a descrever, no meu oceano de páginas não cabe
Inquieta o meu corpo o batom que usas, como a calda de morango no meu sorvete predileto.
Um beijo maduro na tua boca insulta os meus lábios famintos.
Olho para eles como o cachorro olha para os frangos dourados na maquina de assar
Devoro-te mulher de olhar solitário, de sorriso vago.
Nas tardes frias e melancólicas que permitem o amor acontecer
És daquelas mulheres poucas, dama de copas, Rainha do meu tabuleiro, o lado frio do meu travesseiro
Deveras visses em cada gesto meu, um amante sem caráter que te reinventa a cada posição, a cada olhar.
Que te cerca num querer implícito e no vácuo dos argumentos formais, injeto metáforas nas veias da tua mente, falando de poses, posses e conquistas de territórios no teu corpo.
Sou esse encontro que queres, escondidos no porão da tua mente, depois da meia noite... nos quartos secretos onde nascem os desejos e os delitos involuntários, sem querer querendo, que esperam encontrar as chaves que a razão escondeu
Sou assim: estóico, exótico e sem raiz, o seu cavaleiro das lendas medievais... dos seus contos de fadas.
Nunca olhará nos meus olhos sem experimentar a vontade deliberada de soltar um gemido... tímido, suave, audível, gritante, descontrolado...
Sem buscar respostas, encontrarás a maior delas
Estou fazendo apaixonadamente o que tenho pra fazer, e tudo vai inevitavelmente se tornando uma indescritível viagem
Do meu olhar partem olhares vazios, que voltam cheios de desejos e segundas intenções...
Crepúsculos, eclipses, arco iris e vendavais
Estamos indo um de encontro ao outro... por vinte segundos
Vieram vinte horas e construíram o seu próprio destino
A essa hora dormes e eu acordado, vou terminando de montar esse quebra-cabeças
Mantenha os olhos fechados, o piscar dos teus olhos remam na direção do contrário
E de olhos abertos toda a história que poderíamos viver se tornará lenda...
Mas no meu mundo o tempo está irreversível e as seduções serpenteiam na grama próximos aos teus pés
Nos vemos a distância e o mar a frente vai se tornando uma imensa rota de
Arrepios, pensamentos e sonhos
Ontem eu brinquei a noite inteira com teu corpo
Ao som da chuva e do aroma do incenso
Massageei cada centímetro da tua pele com óleos aromatizantes
Essências intensas e excitantes
E o teu sorriso mais lindo foi se multiplicando, que de tanto... me perdi
Quando a luz do abajur banhou de ouro os teus seios, despidos e alegre de prazeres enrijecidos
O meu barco velejou nas ondas do teu corpo, explorando mares que não estavam nos mapas
Em ondas calmas e sorrisos eróticos, minha escuna ia desaparecendo, sem controle bateu contra a renda, naufragou e fui parar embaixo da tua peça íntima debaixo
Meus olhos novamente olharam os teus com um ar de surpresa
Pra contar que acabamos de encontrar as portas de Atlântida
E agora te convido pra passear lá dentro... por puro prazer!
Izau Melo Madrugada de 10/05/10
A descoberta de Atlântida
12:29:00
Izau Melo †