Melo, Izaú & - Falando Um Pouco de mim

Melo, Izaú

É difícil se auto-definir, não posso dizer o que sou, entretanto posso falar o que sinto em relação a certas coisas. A verdade é que me encontro meio deslocado no mundo, ou melhor, do século XXI. Gosto de ouvir música celta (Celtic Woman, Luar na lumbre e Grag Joy), clássicas (Choppin, Vivaldi e Paganini), New Ages (Amethystiun e Lesiem) blues, jazz, Praticamente tudo do Cirque du Soleil musical, Sarah Brightman e amo toda a cultura medieval, gosto de teatro e da literatura universal antiga e das tragédias gregas. Me amarro no gótico autêntico e não nesse modismo de macacos que vestem preto, ouvem rock, pintam os olhos de roxo e se julgam góticos. Gosto do ultra-romantismo, do mal-do-século. Gosto de autores que quase ninguém dá valor. Escrevo peças, poesias, crônicas e textos livres. Sou cruzeirense mas não gosto de falar de índio, rio e nem açaí, (não critico quem faça, pelo contrário até ouço). Na escrita tenho influências shakespereana, goetheanas e de outros nomes do ambiente trágico. Lia Machado de Assis aos 15 e descobri que eu não sabia nada por falta de maturidade. Escrevo o que sinto e fico feliz que algumas pessoas se identifiquem com isso. Já senti inveja, do Renato Russo quando escreveu vento no litoral, do Pablo Neruda quando transformava tristeza em arte, do Paulo Leminski que sempre se expressou muito bem em poucas palavras, do Nelson Rodrigues que nunca se preocupou com clichês, da genialidade de Lord Byron, senti inveja do Machado quando escreveu as memórias póstumas e de Garcia Marques quando escreveu Cem anos de Solidão, Ibrahim Ferrer ao compor Herido De Sombras. Me amarro em filmes antigos e quase todo tipo de arte que já sobreviveu a um século, porque se sobreviveu é bom, Faço faculdade de teatro e não me importo quando dizem que não vou ganhar dinheiro com isso. Não gosto de livros de auto-ajuda, que nunca cumprem o que prometem, de literatura adaptada, baladas e nem ambientes tresloucados com som muito alto, cheiro de cigarros, drogas e álcool. Acredito em Deus e não me imagino sem sua Proteção. Acredito no Mundo espiritual e na sua influência direta sobre o mundo físico. Sou extremamente romântico, fiel, sensível, paciente e tolerante, aprendi a perdoar e a pedir perdão! Choro vendo filme romântico, gosto de rosa, lilás de Norah Jones e não me sinto menos homem do que nenhum brutamontes insensível que tem medo até de um aperto de mão de outro homem. Acredito no amor eterno, acredito em relacionamento a distância. Entendo os invernos da vida. Não tenho vergonha de dizer que não gosto de quase tudo que a minha terra gosta, não concordo que a voz do povo é a voz de Deus. Não me intimido em dizer que troco guitarra, baixo, bateria e teclado, por violino, harpa, flauta e gaita de fole. Que prefiro MPB em vez de funk, calypso e axé (não critico quem goste, o eclético é necessário para que de sejamos diferentes).
Sou mestre de RPG e acho que o único da minha cidade. Criei sozinho o meu próprio sistema. Gosto de artes plásticas, do surrealismo, e acho que a arte não precisar ser compreendida para que de fato gostemos dela. Gosto da mitologia nórdica, gaélica, winkingniana, Maia, asteca, inca, gosto de estudar a fundo o sobrenatural e a psicologia humana.
Enfim, não me vanglorio do que sou, exceto do fato de ser cristão e não religioso. Nunca me preocupei com estereótipos e nem com rótulos, quer saber o que está diante de si, vide bula. Sou humano e, portanto muito falho, todavia tentando a todo custo não cometer o mesmo erro duas vezes.

Izaú Melo