É que
você se foi e eu fiquei aqui, assim, fora de mim, longe de mim, sem mim...sem
ti. Foi o laço que se desfez ou foi a realidade que enfim se apresentou como
ela é, real?
Utopia?
Que fosse!
Fez
bem, faz mal. Não faz mal, que faça.
Mas
eu estou aqui, e sigo. Afinal, caminhar é sempre preciso, já dizia o poeta. Mas
não gosto de empréstimos, prefiro dar a cara à tapa e me arriscar nas minhas
próprias linhas, embora às vezes as palavras relutem em marcar o papel. O papel
não quer ser ferido, nem manchado, e quem quer? Acho que as palavras entendem a
folha em branco, é um ato solidário.
Mas
eu não sou a tinta, nem o papel, mas sou o possuidor das palavras, e sendo elas
as únicas coisas que me restam e talvez as únicas que me entendam e traduzam o
que eu sinto, mancho o papel com tinta enquanto molho minha alma com lágrimas.
Mas
em que tom bucólico escrevo. Estado de espírito ou sensibilidade poética? Ambas
são indissociáveis. Alma e Espírito não se separam, poeta e sentimento também
não. Então eu sinto, então escrevo e me derramo, desvaneço...por você. A razão
de tudo, tudo por você.
Esse
aspirante a poeta precisava de inspiração e sabia em quem encontrar, mas ela
estava longe dele, fugidia de suas mãos, tão próxima do seu coração. Era dona
de tudo.
E que
brilhante invenção da mente humana o ajudou a aproximar-se (distanciar-se?)
dela. A contemplação frente ao computador. Fotos, palavras, sorrisos dela... e
nele saudade!
Mas
ele só queria que ela soubesse o óbvio, o que todos os dias tem sido
ratificado. Esse amor de menino homem que ele nutre dentro de si, o qual não se
dá o direito de desvanecer, contempla agora mais uma vez o computador, a tela
cheia dela, mais uma vez o sorriso. O poeta chega-se a ele de novo, o toma, mas
só consegue dizer uma coisa: TE AMO...e se vai!