Pra onde vão as Nuvens


Escrevo as próximas linhas
Sem a leveza e o bem estar de sempre
As escrevo sobrecarregadas de dor, talvez como a dor de um parto.
Estou em uma neutralidade tão grande...
Uma insipidez que me roubou a sensibilidade, as cores, o cheiro e o sabor
Prefiro a dor à dormência
Prefiro o desbotado à falta de cor
Prefiro o amargo à falta de sabor
Escrevo sem rumo, sem sentido, sem objetivo.
Olhando para onde vão as nuvens
Distraído, nem percebo que elas já se foram.
Retratos de uma ausência
Falo das pessoas que partiram da minha vida sem chegar...
Numa gaveta fechada, tive vontade de dizer,
Que tenho vivido cada dia esperando que fosse o último;
Que não me adaptei a vida e nem ao mundo
Eu olho pra você com um desejo tão grande
Sinto vontade de tirar uma foto sua e fazer um cartão postal
E no verso escrever
Passei pela vida e colecionei feridas
E as nuvens levaram consigo todos os amores que eu não pude viver

Izaú MElo