É que você se foi e eu fiquei aqui
08:29:00
Izau Melo †
É que
você se foi e eu fiquei aqui, assim, fora de mim, longe de mim, sem mim...sem
ti. Foi o laço que se desfez ou foi a realidade que enfim se apresentou como
ela é, real?
Utopia?
Que fosse!
Fez
bem, faz mal. Não faz mal, que faça.
Mas
eu estou aqui, e sigo. Afinal, caminhar é sempre preciso, já dizia o poeta. Mas
não gosto de empréstimos, prefiro dar a cara à tapa e me arriscar nas minhas
próprias linhas, embora às vezes as palavras relutem em marcar o papel. O papel
não quer ser ferido, nem manchado, e quem quer? Acho que as palavras entendem a
folha em branco, é um ato solidário.
Mas
eu não sou a tinta, nem o papel, mas sou o possuidor das palavras, e sendo elas
as únicas coisas que me restam e talvez as únicas que me entendam e traduzam o
que eu sinto, mancho o papel com tinta enquanto molho minha alma com lágrimas.
Mas
em que tom bucólico escrevo. Estado de espírito ou sensibilidade poética? Ambas
são indissociáveis. Alma e Espírito não se separam, poeta e sentimento também
não. Então eu sinto, então escrevo e me derramo, desvaneço...por você. A razão
de tudo, tudo por você.
Esse
aspirante a poeta precisava de inspiração e sabia em quem encontrar, mas ela
estava longe dele, fugidia de suas mãos, tão próxima do seu coração. Era dona
de tudo.
E que
brilhante invenção da mente humana o ajudou a aproximar-se (distanciar-se?)
dela. A contemplação frente ao computador. Fotos, palavras, sorrisos dela... e
nele saudade!
Mas
ele só queria que ela soubesse o óbvio, o que todos os dias tem sido
ratificado. Esse amor de menino homem que ele nutre dentro de si, o qual não se
dá o direito de desvanecer, contempla agora mais uma vez o computador, a tela
cheia dela, mais uma vez o sorriso. O poeta chega-se a ele de novo, o toma, mas
só consegue dizer uma coisa: TE AMO...e se vai!
Revelações
15:18:00
Izau Melo †
Me sentirei realizado quando puder emprestar minha poesia à dor cotidiana
das muitas faces de mim mesmo
Quando conseguir dar voz a parte de mim que a vida fez silente.
Quero retocar a fala como quem concede novas cores ao preto e branco da monotonia dos dias.
Quero brincar com as palavras em estado de infância, na gangorra e no escorregador.
Onde eu faça do fantástico um chão de lua
e inusitadamente consiga recolorir o aco iris e devolver o rubro aos lábios solitários, devolver o amor pra quem a vida levou...
Quero fazer com que as pedras pareção clarão e com que as lágrimas ganhem contornos de oceano.
Saber onde a minha alma se esconde e se acoberta e ao que se desnuda. Que eu descreva a paz que me inunda
Que me tira da terra e que a terra me trás
Quando do voo ao pouso
E do repouso ao osso
E do osso ao pó do pó da terra
Pra nutrir a arvore
Pra se banhar na chuva
E ao entardecer na curva
Que a vida me aprás
Em um momento fugaz
Luzes, sons, cheiros e sabor
Parto sem dor
De onde vim é pra onde vou...
Izaú Melo
Quando conseguir dar voz a parte de mim que a vida fez silente.
Quero retocar a fala como quem concede novas cores ao preto e branco da monotonia dos dias.
Quero brincar com as palavras em estado de infância, na gangorra e no escorregador.
Onde eu faça do fantástico um chão de lua
e inusitadamente consiga recolorir o aco iris e devolver o rubro aos lábios solitários, devolver o amor pra quem a vida levou...
Quero fazer com que as pedras pareção clarão e com que as lágrimas ganhem contornos de oceano.
Saber onde a minha alma se esconde e se acoberta e ao que se desnuda. Que eu descreva a paz que me inunda
Que me tira da terra e que a terra me trás
Quando do voo ao pouso
E do repouso ao osso
E do osso ao pó do pó da terra
Pra nutrir a arvore
Pra se banhar na chuva
E ao entardecer na curva
Que a vida me aprás
Em um momento fugaz
Luzes, sons, cheiros e sabor
Parto sem dor
De onde vim é pra onde vou...
Izaú Melo