Em um fim de tarde triste de uma vida, que muitas vezes também é triste, vivendo em um mundo deturpado, sinto o desejo inflado de escreve algo, algo que expresse dois dedos da minha dor, dois dedos do desacreditar na solução do mundo... mas diante do que leio não tenho palavras... e não tendo, reescrevo as linhas Shakespearenas, em uma fala de Macbeth...
de mim, restará o silêncio tímido
de quem se cala diante da retórica do mestre:
de mim, restará o silêncio tímido
de quem se cala diante da retórica do mestre:
Farto de tudo, clamo a paz da morte
Ao ver quem de valor penar em vida
E os mais inúteis com riqueza e sorte
E a fé mais pura triste ao ser traída
E altas honras a quem vale nada
E a virtude virginal prostituída
E a plena perfeição caluniada
E a força, vacilante, enfraquecida
E o déspota calar a voz da arte
E o néscio, feito um sábio, decidindo
E o todo, simples, tido como parte
E o bom a mau patrão servindo
Farto de tudo, penso, parto sem dor
Mas, se partir, deixo só o meu amor
William Shakespeare