Sempre que fecho os olhos
Desde a última vez que te vi
Quando, parado ali, em pé na calçada eu te deixei partir
Cada vez mais longe de mim e próxima a linha do horizonte
Quando em relação a paisagem em volta, você ficava menor
Ao mesmo tempo sua imagem crescia dentro de mim
Achei que se despedir seria o momento mais difícil
Todavia depois da sua partida nada parece funcionar direito
E a cada fim de tarde ou amanhecer eu travo uma batalha comigo mesmo
Impossível de vencer, sem torres, cavalos e minha rainha
A abstinência de você é o que mais dói.
Sinto a mesma sensação de alguém que economizou a leitura com pena de terminar o livro, e para o seu terror, antes de acabar, o perdeu...
Machuca saber que acabou antes do tempo,
Que você não vai mais voltar e mesmo assim,
Sinto que a minha melhor opção ainda é te esperar
passear em cada esquina, refazer os passos que um dia fizemos juntos
e perceber que um pouco de nós ficou em cada canto
no banco da pracinha, na barraca de churros, em restaurantes populares ou requintados, do sushi a pizza de frango que eu não gosto.
também me vem a mente os lugares que eu sempre quis te levar
e o sabor nostálgico de lembrar cada momento
Me vem servido de um tom cítrico no final.
Me incomoda a certeza de que eu nunca mais vou ter a chance
De dizer as coisas que eu preferi guardar para mim
E em meio a essa vontade de entrar em erupção
Mantenho os olhos fechados, apesar de saber que pior é chorar para dentro
Por sorte eu não guardo fotografias,
Preferi não nos prender ao passado dentro de um papel 10x15
Mas te deixar livre e solta, passeando em meus pensamentos e sonhos
Sempre que fecho os olhos...
Izaú Melo
Baseado na Música "In My Dreams" James Morrisson