E o poeta, mas um aniversário completa
Taxado de mente prodigiosa por alguns, por escrever geralmente aquilo que todos querem ler
Alguns o elogiam dizendo que ele é um ser de intelecto peculiarmente desenvolvido
Alguns dizem sentir inveja do talento ou mesmo dom para escrever
Fazendo com que o vejam como um ser superior
Todavia isso e uma ilusão salda dos desejos escondidos e em nada condiz com a realidade
O poeta passará o seu aniversário sozinho cheio de nostalgia e saudosismo
Sem bolo, sem festa… o que lhe resta?
Sabendo chorar, suas lágrimas guardar
Para regar os seus abstratos que nao se concretam
Um ser bem pequeno
Que foi expulso da República da razão
Menor e mais fraco do que a média da sociedade
Sentindo muito mais intenso e forte o peso da existência
Seus versos nao passam de gritos rumo ao infinito
Cada poema uma dor que ele libera para dar espaço a um novo sofrimento
Por não saber fazer mais nada de útil
Escreve para nao se sentir totalmente estupido
Sem salgadinhos e presentes
Lhe sobram meia duzias de elogios
Fracos e insípidos o suficiente para nao valerem se quer
Algumas linhas escritas para tercer um comentário vazio
Sabendo escrever deveria falar do que tem e não do que lhe falta
Todavia se fala melhor daquilo que está distante
Que, por não existir se torna relevante.
Izaú Melo
Oportunamente, meu aniversário!
P.S. Não sei porque o dia do meu aniversário é o dia mais depressivo do ano para mim