Os trovadores passaram, os românticos também
e eu continuo aqui querendo defender as idéias malucas do Romeu
Acreditando no poder das flores e das palavras mortas
Deitei pra dormir mas não consegui
porque continuo sentindo essa nostalgia, com gosto de baunilha, de algo que ainda não tive
E a saudade do que tanto anseio, escorre dos meus olhos, de uma forma sublime e temperada
Ainda não te vi, mas consigo dar-te formas, movimentos, sentimentos e perfume...
As encostas dos penhascos, o vento nos salgueiros, o prazer do amanhecer, o perfume das flores recém colhidas
Todas as coisas precisam de um sentido e o meu sentido, é sentido não ter
Sentido pra dizer que amo, que quero, mas que não tenho pressa, e que minha mão não aperta
O segredo é deixar livre, todavia cuidar das flores para que voltem os colibris
Os museus vivem do passado, as cartomantes do futuro e eu do presente, de um presente não ter
Presente esse que esperarei sem pressa a cada novo amanhecer
E que me recolho feliz e esperançoso (embora nada tenha) ao cair do anoitecer
É tão hilário e mágico se apaixonar e encontrar nas velhas gavetas os sentimentos que pensei nao ter mais.
A dorzinha fruto do não ter e o ciumezinho amêndoas do querer
Sei que tua beleza nao te insentou de um dia sofrer,
da mesma forma que minhas palavras não me polparam do silêncio por não saber o que dizer
Mas agora tudo é tão surreal, o sorriso que emoldurei na face
eternamente e-ter-na-mente a certeza de não querer que isso passe.
Me sinto caminhando na estrada do paraíso, mas tudo é tão bonito que estarei satisfeito se tiver que parar e morar em qualquer lugar nessas esquinas paradisíacas do seu coração
Posso estar errado, mas meu relógio sentimental, mesmo parado, está certo duas vezes ao dia
(9:30 da manhã e 9:30 da noite, quando as maravilhas modernas nos aproximam)
Esse é o meu pequeno segredo e não importa quão utópico ele pareça, quão espesso seja o vidro
Me deixe sonhar, acreditar que ainda existam palavras para inventar, cores para descobrir e acordes para tocar, talvez ainda há de aparecer a 6ª voz
(veja o vento, ouça o silêncio, sinta batendo dentro de si o meu coração)
Te querer é a 8ª arte
A última noite de Beethovem e adjetivos para expressar o que sinto aqui dentro
Só não me peça pra explicar o que eu também nao entendo
O tempo mata algumas coisas e faz nascer outras
Mil arvores poderão nascer no mesmo lugar, até que se escolha qual deixar
Por ter a fruta mais doce ou a sombra mais frondosa.
Tudo é suficiente até conhecermos coisas novas
Não pedi para te achar, mas te seguir foi uma decisão minha
E preciso estar preparado para a dicotomia das linhas
Que o tempo, a razão e ou os sentimentos haverão de escrever
Que pode ser contigo ao meu lado, ou do meu lado não te ter
Há um sentido gritante no vazio e no silêncio
Quando eles me enchem e me falam por um momento
Que existem “bom dias” mais fortes do que muitos “eu te amo”
E que as vezes nem sempre o melhor é a chegada, mas o caminho que se percorreu
Em outras épocas diria que essa é a psicologia do vencido
Hoje, digo porém que sãos os trunfos do decido.
Que movem esse sentimento intemporal
Julho perdendo, Agosto sofrendo, setembro sentimental.
Izau Melo
Madrugada 20/09/09