Quis compreender o porquê e mormente fortalecer a divulgação para voltar a ser o que era antes.
No entanto, ontem eu recebi um texto que alguém fez para mim e fiquei estarrecido com a imensidão do lago siberiano responsável pela minha frieza.
Apesar de sentir a honestidade e o sentimento impregnado naquelas palavras
Simplesmente acabou a mágica, o encanto, volto vazio para o meu canto
Impressionado com a calota polar pulsando indiferente no meu peito
Começo a entender que não são as palavras, mas o sentimento de quem as recebe que dá o tempero.
Fiquei desolado ao imaginar o prazer que a pessoa que escrevia, certamente, sentia
e no seu sorriso de jujuba na esquina esquerda da boca,
De pensar doce como eu as receberia... suas palavras caramelizadas.
Porém na minha boca, amargas, sem cheiro, sem cor, sem sexo.
De tudo isso, aprendi que assim como não surtiu o menor efeito em mim e não agradou o meu paladar, eu não devo esperar que as pessoas gostem do que eu faço sempre.
Não se trata de textos bons ou ruins.
Não existem amores feios, prisões belas e ou doces salgados.
O fato é que percebi que não posso cobrar a atenção e o reconhecimento, principalmente de quem eu escrevo e, que minhas palavras não são úteis se não conseguem encontrar o útero emocional da mulher que amo e fecundá-lo
Emocionar ou não simplesmente acontecerá e eu preciso compreender e respeitar isso.
Se não existe reciprocidade o texto será frágil, frívolo e efêmero,
Como pílulas de farinha de trigo sem efeito placebo
Meus sentimentos nascem da verdade, sem reciprocidade tornar-se-ão órfãos, e posteriormente serão adotados pela mentira nossa de cada dia
Hoje eu compreendo isso,
Por interpretar os dois papéis desse teatro imprevisto
O de quem sente em demasia ao escrever
E o do que não consegue sentir nada ao ler.
Izaú Melo