Pensa nas coisas máximas,
e belas que temos
pensa até nas lágrimas,
(mas não no silêncio)
Pensa nas coisas assim,
que ainda não fizemos por medo
de ir até o fim,
(não pela ausência do desejo)
Pensa no que ainda poderemos fazer
(por amor)
Ainda somos crianças soturnas
constituídas de carne e sangue!
E o que move tudo isso?
O amor
(podemos senti-lo, inflame!)
Pelo contato dos nossos corpos, unos.
Pela sede que temos de estarmos sempre juntos
Pela forma com que nossos lábios se refinaram
E a reclamação de ambos quando se afastam
Somos anjos lascivos
(de forma benfazeja)
Amo-te e sei que me amas!
Que mal há nisso? Não?
(então que assim seja!).
Não mataremos, não morreremos,
Não pensemos em parar...
O que não é nosso não queremos,
(apenas o que nos pertence haveremos de partilhar)
Quero me doar a ti e quero que te does a mim também
Assim, sem obrigação...
(que seja inteiramente espontâneo nossa doação)
Há crime nisso?
Então Por que julgar errado o que é certo?
(nunca estivemos do sentido tão perto)
Não vejamos isso como pornografia mítica,
Desejos obscuros, nem leis da física.
Muito menos filosofia existencial
Nem como elo para manter-nos unidos
Nem como mero desejo experimental
Não apenas como necessidade dos vivos
(sentimento sofismático, efêmero e trivial).
Vejamos como uma forma de interação e verve
De aproximar ainda mais o sangue da veia
A epiderme da derme
Do nosso amor, a centelha.
Façamos disso mais que mero conto...
Sinto tanto tua presença que poderia rir
Sinto tanto tua falta que poderia ir
(permanentemente a teu encontro)
Izau Melo